Se você quer comprar um carro ou simplesmente tem acompanhado o mercado automobilístico, já sabe: alguns veículos seminovos estão, ultimamente, mais caros do que os 0km! Pode parecer sem sentido, mas há explicações lógicas que justificam o aumento.
Primeiramente, a elevação nos preços de veículos em geral se deu principalmente em meados de 2020, com o advento da pandemia do novo coronavírus.
Assim como em outros setores da economia, houve falta de matéria-prima para a fabricação de novos automotores – sobretudo em peças-chave, como os semicondutores.
Dessa forma, parte da produção ficou paralisada, criando uma lacuna entre a quantidade de pessoas interessadas e carros disponíveis para venda. Como vivemos em um sistema de oferta e procura (ou seja: quanto mais gente buscando por um item, maior seu preço final), os preços dispararam.
Mas você pode estar se perguntando: o que os seminovos têm a ver com isso? Na verdade, o valor dessa categoria também acompanha a valorização dos veículos zero-quilômetro, puxando automaticamente sua tabela para cima.
Voltando à fabricação automobilística: uma vez que os valores da frota em geral ficaram impraticáveis (com carros compactos e antes populares, como é o caso do Gol chegando a custar cerca de R$ 100.000), a procura por seminovos cresceu consideravelmente. Novamente, então, entramos na questão do acréscimo devido à oferta e procura.
Também a desvalorização cambial (o aumento do dólar em relação ao real), a alta carga de impostos (especialmente do ICMS, no estado de São Paulo) e até mesmo a falta de chuvas (consequente aumento do custo energético) contribuíram para os disparos.
Os carros zero-quilômetro mais baratos no Brasil em 2021
Para efeito de comparação, trouxemos alguns dados recentes sobre a relação entre veículos novos e seminovos no mercado brasileiro. Lembrando que os valores servem apenas como base, já que a variação é constante e relativa a cada estado.
Os carros mais baratos esse ano, respectivamente, foram:
- Renault Kwid, versão Life, 0 12V – R$ 48.790,00: atualmente, o carro mais barato na versão 0km. No entanto, em 2017 o mesmo modelo custava R$ 29.990,00;
- Fiat Mobi, versão Easy, 1.0 8V – R$ 49.240,00;
- Hyundai HB20, versão Sense, 1.0 12V, R$ 64.190,00
- Chevrolet Joy, 1.0 8V, R$ 6240,00 – versão do Ônix, que sobrevive porque o outro deixou de ser fabricado por meses, devido à falta de componentes;
- Fiat Uno, versão Attractive, 1.0 8V, R$ 64.990,00;
Por outro lado, a KBB, empresa especializada em pesquisas de veículos novos e usados, apontou um aumento de 13,04% no preço dos usados no primeiro semestre de 2021 – em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse percentual varia, sendo que o acumulado no ano pode chegar a até 30%, como apontou o Diário de Uberlândia.
A tendência de seminovos ficarem mais caros do que 0km deve permanecer em 2022
Infelizmente, a perspectiva de que os valores sejam reduzidos em 2022 não são animadoras. Segundo entrevista do CEO global da Renault em outubro (2021), Luca de Meo, a chance é, inclusive, que os preços dos automóveis novos aumentem ainda mais e à nível global. Consequentemente, os usados devem acompanhar a onda aqui no Brasil.
A falta de chips obriga as montadoras a escolher pelos modelos que serão fabricados, sendo que obviamente, optam pelos mais rentáveis – que não são os modelos de entrada.
O aumento do custo de energia também é citado, bem como o aumento de outras matérias-primas, como o aço, o cobre e o alumínio, que subiram consideravelmente.
Cuidado na hora de financiar seu veículo
Em outras palavras, grande parte dos consumidores se viu, ao longo de 2021, sem alternativas senão esperar ou fazer um financiamento de veículo mais longo, na tentativa de tornar as parcelas viáveis.
Contudo, é preciso ter cuidado: nem sempre o subsídio ofertado segue às riscas o contrato firmado, podendo o consumidor sofrer com a incidência de juros abusivos.
Portanto, é preciso analisar minuciosamente as cláusulas antes de se comprometer com as parcelas e, se desconfiar que a cobrança é desleal, procurar por ajuda especializada para revisão contratual.
Assim, o documento pode ser ajustado, gerando economias de até 70% no valor total negociado.
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