Algo importantíssimo, e que muitos brasileiros não entendem muito bem, é o conceito de o que é a economia, quais são os principais fatores que influenciam seus altos e baixos e como, de fato, estamos atualmente em relação a isso.
Compreender essas questões faz com que, mais do que se posicionar como meros observadores e sofrer as consequências das ações alheias, o povo também possa participar ativamente para mudar a própria realidade.
Portanto, vamos explicar de forma simples cada ponto, para que você possa ter mais poder de decisão e acompanhar como, de fato, as alterações na economia afetam o seu dia a dia.
O que é economia?
Antes de mais nada, é preciso separar a crença popular do que realmente a economia representa. Embora as pessoas acreditem que o conceito trate apenas sobre investimentos e dinheiro, ele representa muito mais do que isso.
É uma ciência que estuda, principalmente, as vontades e desejos de pessoas frente aos recursos limitados que possuem. Assim, analisa o comportamento humano na sociedade e relaciona com a capacidade produtiva de um país.
Como cada decisão individual ou coletiva influencia no todo, é considerada como ciência social e também se relaciona diretamente a outros campos, como: Política, Saúde, Educação, Trabalho, entre outros.
Enquanto a microeconomia estuda mercados específicos, preços e suas alterações, bem como a relação entre produção e consumo, a macroeconomia avalia o todo, considerando altas e baixas de emprego, inflação, PIB e também o comércio exterior em relação ao nosso país.
Como a política influencia na economia?
Conforme dissemos, embora os desejos de todos sejam abstratos e imensuráveis, os recursos financeiros, ou mesmo de matéria-prima, para realizá-los tem um limite claro.
Dessa forma, política e economia andam lado a lado pelo simples fato de os governantes serem os representantes diretos da população, supostamente direcionando os meios para melhor corresponder aos interesses gerais.
Logo, decisões errôneas ou má administração influenciam diretamente na segurança que os investidores têm em depositar seus recursos aqui, afasta a confiança dos empresários ou fecha empresas, levando ou agravando crises sociais – e afetando diretamente na taxa de emprego, violência ou renda dos brasileiros.
É por isso que, constantemente, vemos discussões acaloradas sobre determinados comportamentos dos que regem a nação, enquanto o Ministério da Economia tenta criar medidas para regular o cenário.
Exemplos de medidas que influenciam diretamente na economia
O controle da inflação (alta generalizada dos preços), por exemplo, indica quando há muita gente querendo consumir, mas a produção é insuficiente para atender. Assim, os preços se elevam para conter os gastos e permitir adequações para que a maior parte da população tenha acesso ao menos aos itens básicos.
Por outro lado, há muitos produtos que são importados de outros países, por não conseguirmos atender a demanda interna. O valor de comercialização é baseado principalmente em dólares, e, uma vez que o real sofre desvalorização frente a essa moeda, os produtos se tornam mais caros e a nossa capacidade de compra é reduzida.
Do mesmo modo, existe a dívida pública brasileira: quando os impostos e receitas não são capazes de suprir os gastos, o governo tem de recorrer à credores (fundos de previdência ou investimento, bancos, seguradoras, entre outros) em busca de mais verba.
Quando a dívida está muito elevada em relação ao PIB, países não sentem demasiada confiança e cobram juros mais altos (como garantia) ou não sentem conforto em investir no desenvolvimento.
Sendo assim, entenda como está posicionada nossa economia atualmente!
Qual o cenário atual da economia brasileira?
Obviamente, a crise da pandemia do novo coronavírus prejudicou imensamente a nossa economia como um todo, pois impediu que muitas pessoas consumissem ou tivessem seus empregos garantidos.
Porém, mesmo antes dessa adversidade, já apresentávamos queda frente às principais potências. Uma estimativa do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR) indica que em 2011 estávamos na 6ª posição frente a outros países em relação ao Produto Interno Bruto mensurado em dólares. Neste ano, devemos ficar atrás da Austrália, ocupando o 13º lugar.
A queda do PIB per capita entre 2011 e 2020 é a maior em 120 anos, uma perda de 5,5% ou 0,6% pontos percentuais ao ano.
É importante lembrar que o PIB representa a riqueza gerada, e nós contamos com cerca de 211 milhões de brasileiros residentes no país.
Porém, a constante desvalorização do real frente ao dólar (em um ano, nossa moeda apresentou 28% de queda, índice que só perde para o peso argentino) frente à instabilidade política e a insegurança que nosso país gera aos investidores, fizeram com que tudo encarecesse mais e muitos não conseguissem lidar com o baque.
Afinal, se o combustível sofre elevação de preço, por exemplo, o custo de produção e os custos logísticos aumentam. E então, as empresas deixam de faturar ou têm de repassar os preços aos consumidores, que por sua vez, também sofrem. É um verdadeiro efeito cascata.
Para que a nossa economia cresça, seria necessário produzir mais com o que temos disponível. Porém o baixo investimento em inovação e em qualificação da mão de obra, os erros de investimentos, o sistema tributário complexo e desconexo, a baixa interação econômica com outras nações e também políticas externas conturbadas ou ineficazes, fazem com que sejamos vistos com desconfiança, tanto internamente, quanto externamente.
Há sim espaço para crescimento, mas o caminho para alcançá-lo não é fácil.
Como podemos recuperar o tempo perdido?
Especialistas afirmam que o Brasil precisa urgentemente tirar do papel as reformas econômicas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes:
- Tributária: que prevê unificação de impostos, reajuste e simplificação do IPI, revisão do IR (taxando companhias) e retirada de impostos sobre folhas de pagamento, estimulando a criação de empregos;
- Administrativa: redução da máquina pública por ineficiência futura;
No entanto, é preciso acompanhar de que forma essas reformas seriam aprovadas, ou melhor, se mais uma vez onerariam a população de menor renda e beneficiariam somente os ricos, banqueiros e grandes empresários.
A ideia seria gerar maior taxação para quem realmente detém o capital e pode arcar com o aumento de impostos.
Já a dívida bruta pública caiu em abril de 2021 e representou 86,7% do PIB. Apesar de elevada, a queda mensal é a menor desde dezembro de 2010, comparativamente. O ministro Paulo Guedes, inclusive, afirma que as contas governamentais devem se tornar positivas entre 2023 e 2024, em postura otimista.
O ideal então é aproveitar a perspectiva de vacinação de toda a população em 2021 para impulsionar a economia e criar políticas econômicas e sociais que estimulem a geração de empregos e a retomada dos ânimos.
Ao mesmo tempo, o brasileiro deve cobrar de seu governo posturas mais sólidas e profissionais em relação à crise, além de fazer a sua parte para a uma economia sustentável.
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