Essa modalidade é um dos principais fatores de endividamento do brasileiro. Veja com o que você deve se preocupar e como sair do cheque especial.
Muitos brasileiros não sabem como funciona o cheque especial e isso fez com que esse produto bancário fosse uma das principais fontes de endividamento no país. Uma pesquisa do SPC Brasil revelou que 51% dos clientes que possuem acesso a ele, desconhecem as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras.
Esse é um dado preocupante pois, o cheque especial é, juntamente com o cartão de crédito, o tipo de serviço mais problemático em se tratando de taxa de juros. Tendo isso em vista, é essencial entender exatamente como funciona o cheque especial e o que você pode fazer para se livrar de uma possível dívida em relação à essa variante – que pode se tornar uma grande bola de neve.
O que é o cheque especial?
Primeiramente, cabe dizer que o cheque especial também é conhecido por cheque azul, LIS ou limite pré-aprovado.
Basicamente, trata-se de um valor que consta na conta dos correntistas, como se fosse um empréstimo. Normalmente ele não é solicitado pelo cliente ou oferecido pela gerência da conta com regras claras.
Portanto, é um valor que fica disponível, supostamente para ser usado em emergências, e que funciona como um empréstimo que não precisa de análise ou aprovação prévia.
Dessa maneira, os bancos cobram juros altíssimos, uma vez que o credor usa muitas vezes o valor por impulso e sem planejamento – tornando o risco de inadimplência alto.
Quando devo usar o cheque especial?
O cheque especial deveria ser usado somente em casos de extrema necessidade, como última opção e na possibilidade de cobrir o que foi utilizado em poucos dias.
Isso porque os juros cobrados são os chamados “juros sobre juros” e incidem diariamente, ou seja: a cada dia devido, o valor da dívida recai sobre o que foi utilizado, somado aos juros. No dia seguinte, a cobrança será efetuada sobre o valor atualizado da dívida (e não o original) e assim sucessivamente (sendo atualizado todos os dias).
Logo, as taxas de juros dessa modalidade chegam a mais de 300% ao ano!
Como medida econômica frente à crise da pandemia do novo coronavírus, o Senado aprovou medida histórica, que limita temporariamente a taxa que as instituições cobram de juros de seus clientes.
Como calcular os juros do cheque especial?
Quando falamos em taxa média anual cobrada pelos bancos no cheque especial, pode não ficar claro o quanto isso representa diariamente. Portanto, apresentaremos um panorama mais detalhado sobre o porque você deve utilizar com cautela esse serviço.
Vamos supor que você tinha um saldo de R$ 300,00 e precisava pagar um boleto de R$ 400,00. Você paga e automaticamente utiliza R$ 100,00 do seu limite pré-aprovado do cheque especial.
Vamos supor que o seu banco cobre uma taxa média mensal para o cheque especial de 13,6% ao mês. Você pode consultar a taxa do seu banco atual no site do Banco Central.
Basta dividir o valor por 30 ou 31 (a depender da quantidade de dias do mês) para chegar no valor diário. Assim, 13,6 / 30 = 0,45% cobrado por dia.
Supondo que você reponha o valor na conta depois de um mês, o valor será atualizado para R$ 114,42 e não mais os R$ 100,00 que você pegou. Ainda, você pode usar uma calculadora de juros compostos para entender especificamente a sua situação.
O problema é que, como é algo facilitado, as pessoas tendem a recorrer mais e mais a esse serviço, sem calcular o valor a mais que terá que ser pago quando houver dinheiro para cobrir.
Assim, essas retiradas se tornam um problema e o indivíduo se torna cada vez mais endividado, sem saber como se livrar do cheque especial depois de certo tempo.
Como sair do cheque especial?
O mais importante para sair do cheque especial é ter o controle da sua situação financeira.
Anteriormente, citamos o quanto é essencial fazer um bom planejamento financeiro e o quanto os aplicativos para poupar dinheiro ou as planilhas de controle de gastos podem ajudar.
A verdade é que o descontrole nos leva a subestimar ou mesmo desconhecer a nossa real situação, nos emboscando em alguns momentos para situações que não são do nosso real interesse.
Veja algumas dicas básicas para ficar livre das dívidas do cheque especial:
- Controle suas movimentações financeiras;
- Quite o quanto antes o cheque especial, mesmo que isso signifique fazer outro tipo de empréstimo (as taxas do consignado, por exemplo, giram em torno de 22%, contra 318% do limite pré-aprovado);
- Negocie a dívida com o banco, dentro do que você pode pagar (que seja confortável para que não contraia novas);
- Peça cancelamento assim que resolver a pendência (assim você não cai na tentação de usá-lo);
- Tenha uma reserva de emergência para evitar esse tipo de contratação;
É de suma importância entender que ao se endividar em um modelo como esse, o seu dinheiro está sendo diariamente drenado de você.
Em conclusão, o melhor caminho é organizar suas finanças, resolvendo suas pendências para poder respirar tranquilamente e pensar no futuro!
Agora que você já sabe como sair do cheque especial, conte com outras dicas da Novo Ideal Consultoria e faça as melhores escolhas rumo à sua saúde financeira.